quarta-feira, 25 de março de 2009



Rita Caldas, de 26 anos, inicia o seu percurso na dança através do ballett clássico, que irá cruzar 10 anos de aulas, dois dos quais na Escola de Dança do Conservatório Nacional. Integra o elenco de dança das óperas Ainda (1988) e Guilherme Tell (1994), em cena no Teatro Nacional de São Carlos. Numa perspectiva de aperfeiçoamento constante da sua vocação artística, arranja ainda tempo para receber formação musical na Academia de Amadores de Música – Piano, Canto e Solfejo. Nunca parando de dançar, cruza experiências de dança em áreas tão variadas como o Funky, Jazz, Salsa, entre outras, complementando sempre estas atividades com a exigente Barra de Chão.

Começa em 2003 a sua “aventura” com o Tango. Recebe, nesta nova etapa, o acompanhamento dos mais variados professores: Juan e Graciana, Guillermo e Elina, Sebastian Arce e Mariana Montes, Pablo Vilarazza e Dana Frigoli, Chicho Frumboli e Mariana Dragone, Roberto Herrera e Natacha Poberaj, Pablo Véron, Oscar e Gladis, Gaston Torelli e Moira Castellano; Bruno Tombari e Mariángeles Camaño, Federico Naveira e Inês Muzzopapa, Cecilia Garcia e Santiago Dorkas, entre muitos outros. Durante este período, acompanha Juan e Graciana, e ainda Paulo e Yolanda, em exibições de Tango por todo o país. Colabora ainda como assistente do professor Alejandro Laguna nas suas aulas, no Complexo Desportivo das Olaias. Integra em 2006 a organização do Festival de Tango de Lisboa. Na busca contínua de novas expressões corporais e apostando fortemente na sua formação como bailarina de tango, tem participado em diversos festivais internacionais e workshops de Tango em diferentes países.
É finalmente em 2008 que concebe, em parceria com Vasco Martins, o inovador projecto Fadonga, juntando Fado e Tango na pista de dança.

O seu trabalho como dançarina é marcado pela busca apurada de um estilo próprio, centrado na dinâmica do corpo e musicalidade. A vivência pessoal e vocação artística levam-na a cruzar linguagens diversas – o Ballett, a Salsa, a Kizomba, a Dança do Ventre, ou o Samba – numa procura de novos territórios para a dança, norteada pela inovação e pelo espírito crítico.


Vasco Martins, 27 anos, é um dos valores da nova vaga de dançarinos de Tango em Portugal. A sua ligação a esta canção argentina foi quase um amor à primeira vista, marcado por um momento decisivo. Ao assistir, a um concerto dos Gotan Project, fica profundamente impressionado com a musicalidade, o sentimento e as múltiplas possibilidades do Tango. Quase de imediato, inicia um percurso continuado de formação com o professor Carlos Matias, desde logo marcado pela defesa de um tango limpo, de base bem marcada. O Tango “tradicional”, com as suas delicadas nuances e viva intensidade, entra-lhe pela vida dentro, sem pedir licença. Complementa a sua formação com outros mestres, nomeadamente Chicho Frumboli e Juana Sepulveda; Pablo Véron; Gustavo e Gisela; Javier Rodriguez; Julio Balmaceda, Gaston Torelli e Moira Castellano; Bruno Tombari e Mariángeles Camaño.


A sua presença em diversos festivais de Tango nacionais e internacionais é uma constante – Sitges, Viareggio, Madrid, Barcelona, Festival de Tango de Lisboa e Festival de Tango do Porto, entre outros numa tentativa de bailar com o maior numero de pessoas, procurando tendências, experiências e inspirações porque como ele refere, “é na pista praticando que se aprende”. Neste último evento, no Porto, descobre o Fado como pano de fundo para se dançar o Tango. É esta revelação que o impulsiona a criar o projecto Fadonga, juntando Fado e Tango numa dança comum. Este projecto é complementar à sua abordagem do Tango: inovar, trazer novas paisagens e vivências para esta arte, esticar ao máximo as possibilidades na pista de dança.


Hoje é defensor de um Tango dançado e assente sobre a dinâmica do corpo e a musicalidade, algo que traz das sua passagem pela percussão e pratica de artes marciais. A sua carreira e rápida evolução mostram-nos que o desenvolvimento do Tango passa, sobretudo por um esforço continuado, crítico e principalmente, apaixonado. A dança torna-se ela própria numa busca de um estilo próprio e de uma identidade.

sábado, 1 de novembro de 2008



Daniela Solange Giblott

&
Ricardo Mesquita

Daniela, este é o nome da dona da voz da primeira edição da Fadonga. Uma voz forte, presente e carregada de emoção, assim a defini quando a ouvi. Com ela vai cantar um amigo, Ricardo Mesquita um "imigrate" do norte do país que tem uma alma bastante alfacinha para quem vem para lisboa apenas pelo amor ao fado, ambos se dão a conhecer em casas de lisboa, um no chapito aos fds e o outro no restaurante esquina de alfama respectivamente.


"Desde pequenina sempre ouvi fado em casa, influenciada sobretudo pelo meu avô e a minha mãe. Desde cedo lhe apanhei o gosto e fui sempre cantarolando em casa.Com 6 anos cantei a primeira vez acompanhada de viola e guitarra na Adega Machado, no Bairro Alto. Entretanto e, desde essa altura não cantei mais em público. Aos 19 anos fiz parte da Animatuna de Lisboa e aí voltei a redescobrir o fado e a enorme satisfação que sinto ao cantar. A cantar sinto-me livre, sinto que posso alegremente contar tristezas e alegrias que fazem parte da vida de todos nós.

Apaixonei-me pelo tango no primeiro contacto que tive com essa envolvente dança no Teatro da luz, onde trabalhei. Gostei mais ainda quando me apercebi que era "dançável" ao som do fado. Duas formas de expressão tão intensamente envolventes, tristes e alegres simultaneamente e com um profundo toque de paixão e sensualidade se fundem quando se dança tango ao som do Fado. Foi esta a razão pela qual, apesar de ter um percurso muito pequenino no fado, não olhei para trás quando me convidaram a participar no projecto Fadonga. "

Ricardo :
O fado entrou na minha vida desde muito cedo e quase sem eu dar conta foi tomando espaço no meu espaço, conta-se em casa historias do antigamente, que falam dos fados cantados pela minha mae enquanto ia lavar para o rio. Ou seja, fui habituado a ouvir fado desde sempre, musica de eleiçao em casa. Foi com 6 anos que comecei a cantar uns faditos por brincadeira .. e hoje com 20 anos passados ja faz parte de mim e da minha vida.

Nao sabendo por onde começar, começo pelo fim...
2008-Actualmente canto em casas de fado de lisboa
2008-Convidado para a grande noite do fados no teatro S. Luis Lisboa
2008-Super leao d'ouro, participaçao na musica do filme "las tres hojas" tema espanhol (flamenco) de Garcia Lorca
2007-Convidado grande noite de fados (casa da imprensa) no Porto
2006-Participaçao no tele-filme "star crossed" com a presença de Diogo Morgado
2006-residente em casas/restaurantes de fados na cidade do porto
2006-participaçao na festa de homenagem do saudoso fadista/humorista portuense "Neca Rafael" no auditorio da C.M.Gaia.
2004-spot publicitario "A mae das promoçoes" (jumbo)
2001-Vencedor da grande noite de fados no coliseu do Porto
2000-Participaçao na grande noite de fados no coliseu do Porto
1999-Participaçao na grande noite de fados no teatro rivoli no Porto


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quinta-feira, 23 de outubro de 2008


...Nas margens do Fado...

É com este nome que se apresentam duas das guitarras mais promissoras e inovadoras da nova geração, Tiago Morna (guitarra portuguesa) e Nuno Estevens (viola). Nas margens do fado trabalham as suas melodias, abraçando e renovando outras influências e sonoridades e, é isso que lhes dá a distinção e individualidade sonora.

Numa destas influências nota-se sem duvida a marca do tango: “o Tango partilha muito do imaginário e das origens sociais que fazem a história e a alma da cidade de Lisboa. As mesmas cores, gestos em comum, uma dor cantada – daí muita gente colocar Fado e Tango como géneros "irmãos". Com estas palavras soube de imediato que seriam as pessoas certas para a Fadonga, é ao som deles q vamos lançar esta primeira edição.

Ao trinar da guitarra portuguesa do vencedor da Grande noite do Fado de 2006 e representantes da nossa expressão musical por esse mundo fora, como o fizeram em Dublin, no festival internacional EuroCultured. Espero que seja do agrado de todos e que a nossa dança sirva de influência e inspiração para projectos vindouros.
Os meus agradecimentos a ambos pela participação.

A esta grande dupla junta-se um dos maiores instrumentistas que tenho conhecimento. Desde guitarra eléctrica ao violino passando pelo piano; tudo o que tem cordas nas suas mãos produz som. Esta versatilidade aliada aos seus dotes de produtor e mestre de som fazendo de tudo o que tem ritmo e som autênticas melodias. Ao Fábio Silva aqui deixo o meu agradecimento pessoal pela sua participação no projecto, a admiração pelo seu conhecimento enciclopédico sobre música, arranjos, melodias, produção, edição e a participação com material de som e afins que vêm, sem dúvida dar outro nível à qualidade geral da nossa interpretação musical.


A todos juntos os meus sinceros agradecimentos e parabéns pelo esplêndido trabalho que têm feito nesta viagem de exploração que é procurar o fado do tango e o tango do fado.